terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Corações e Trovões

Os corações, frágeis como cristal,

Dançam no abismo do bem e do mal.

Quebram-se em mil ao menor deslize,

Ecoando dores que ninguém precise.


Na minha mente, trovões a rugir,

Estrondos que insistem em nunca partir.

São tempestades que moldam meu ser,

Cicatrizes que o tempo não quer esquecer.


Os pedaços de um coração partido

Espalham verdades que nunca admito.

Cada estilhaço, um reflexo do chão,

De sonhos desfeitos, perdidos na mão.


E os trovões continuam a gritar,

Como vozes que vêm para me confrontar.

Ressoam memórias de um tempo fugaz,

De dias que o vento levou para trás.


Mas mesmo em meio ao som e ao quebrar,

Há uma força que insiste em lutar.

Corações se colam, trovões se aquietam,

E a calma emerge onde as dores se insetam.


Que os trovões sejam guias no meu renascer,

Que os pedaços se unam para me refazer.

Pois entre os estrondos e o cristal no chão,

Encontro a força que há na solidão.


Igor Gonçalves