Os corações, frágeis como cristal,
Dançam no abismo do bem e do mal.
Quebram-se em mil ao menor deslize,
Ecoando dores que ninguém precise.
Na minha mente, trovões a rugir,
Estrondos que insistem em nunca partir.
São tempestades que moldam meu ser,
Cicatrizes que o tempo não quer esquecer.
Os pedaços de um coração partido
Espalham verdades que nunca admito.
Cada estilhaço, um reflexo do chão,
De sonhos desfeitos, perdidos na mão.
E os trovões continuam a gritar,
Como vozes que vêm para me confrontar.
Ressoam memórias de um tempo fugaz,
De dias que o vento levou para trás.
Mas mesmo em meio ao som e ao quebrar,
Há uma força que insiste em lutar.
Corações se colam, trovões se aquietam,
E a calma emerge onde as dores se insetam.
Que os trovões sejam guias no meu renascer,
Que os pedaços se unam para me refazer.
Pois entre os estrondos e o cristal no chão,
Encontro a força que há na solidão.
Igor Gonçalves