sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Estou translúcido


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Poderia apagar fogo que me foi ateado
Uma chama de amor que queima sem ferir
Que arde sem sentir e explora-me o prazer do sorrir
Em uma lira tocante de um verso mal trabalhado.

Caído em um mar de lírios voraz
Esbanjo-me em um delírio contumaz
De insistir em saber como você foi capaz
Em fazer-me melhor com tamanha beleza.

Essas flechas que antes lançadas ao mais puro veneno
Hoje me acertam com delicadas espetadas certeiras
Na alma apaixonada presente em meu mundo pequeno
Que se tornam galáxias unidas com suas lindas palavras derradeiras.

Nem todos conseguem dormir em uma madrugada chuvosa
Ora por palavras que incendeiam meu falar
Ora pela saudade interminável da mulher mais carinhosa
Que é minha. Repito: Apenas minha. Falo mesmo, sem titubear.

Quando a noite vira dia e eu poderia estar dormindo
Perco-me em palavras que cadências luzes aparecem explodindo
Em um poema mal feito, de palavras mal elaboradas,
Que nem mesmo sei dizer... Coisas que falo somente para você.

Mergulhado nesse oceano de amor
Onde os peixes sincronizam os movimentos de vai-e-vem
E eu me afundo sem medo de afogar-me nessas águas de puro ardor
Espelhando na minha alma essa aparência que apenas os apaixonados têm.

O que mais quero é ver-te
Em qualquer lugar ter-te
Sempre amar-te
No sentimento extenso mais-que-perfeito que jamais pudera sentir.

Igor Gonçalves