segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O dano

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''Eu sei que a arte é difícil.
Eu sabia desde o início.
Ela vai com você onde quer que você vá,
Ela gruda em você onde quer que você vá.

Pegue o que está errado e coloque em uma canção
Carregue com você onde quer que você vá
E cante um blues onde quer que você vá.

Às vezes é difícil acreditar nisso quando você diz 'eu te amo'
Nós tentamos parar ... 
Eu estava indo embora quando eu disse 'eu te amo'

Pegue o que você precisa.
Pegue os seus sonhos e plante uma semente
E leve com você onde quer que você vá.
Quando o amor é novo leva algum tempo para crescer!

Por favor, mantenha seus pensamentos para si mesmo.
Não há mais ninguém que possa me fazer escrever esta canção.
Salve suas palavras para um tempo quando seu coração estiver bem,
Eu posso ouvir seu silêncioso gemido.

Às vezes é difícil acreditar quando você diz 'eu te amo'
Nós tentamos parar .. Eu estava querendo dizer: quando Eu disse 'eu te amo'
Mas eu não sei. Eu não sei.

Os danos que eu fiz
 Eu pensei que eu não faria isso à ninguém.
Oh, o estrago que eu fiz 
Eu pensei que eu não faria isso à ninguém.''

domingo, 24 de outubro de 2010

Nebulosas de cetim, rapé...

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Nas epidermes apresentadas
A imagem torna-se puída
Intensas faces desesperadas
Acabam por saborear minha vida.

Nebulosas predominam minha visão
Diluindo-se em lágrimas
Que nem mesmo existe, é tudo ilusão.
Passou, só preciso me defender.

Tamanho é o medo de ser empurrado
Cair no precipício de um mar violento
Desaparecer na fumaça de um rapé
Sucumbir a uma vida blasé...

O que é verdade tem que ser dito
Sutilezas de uma mulher são para ser apreciadas
Mas hoje eu não sei, o sentimento está guardado...

Mas comigo ele permanece
Ao som de músicas e caprichos
Minha violência contorna-se pelo alto de um céu
Nublado, nuvens cegas por bichos.

Mas eu quero você que veja
Que já não vejo nada de interessante em outros corações,
Exceto o seu.

Igor Gonçalves

sábado, 23 de outubro de 2010

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Poético, diriam uns. Poético é o caralho, digo eu. Não tem metáfora aqui. Não gosto de metáforas, mais.

























* pequenos sonhos realizando-se. Obrigado a todos que nunca deixaram de acreditar em mim.

domingo, 17 de outubro de 2010

Sobre o medo

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Sobre o medo
Foi-me pedido um pouco de silêncio, a mim mesmo. As vozes ecoaram vorazmente ao meu coração e não pude controlar o desejo incontrolável de fugir. Não poderia fugir, não poderia desatinar, estava em apuros.
Em apuros, porque é perigoso. Perigoso por quê? É medo do que? Ande! Responda logo! Nem eu sei essa resposta, é uma sensação que foge do controle dominando todas minhas ações, deixando-me refém do medo.
É assim que funciona, achamos que podemos pular os obstáculos, pois já possuímos vasta experiência de vida, mas a vida sempre trás novidades e fica impossível de prever o que irá acontecer. Os tombos vão chegando cada vez mais fortes e o que eu tiro disso tudo é que eu aprendi demais, por errar demais.
Os minutos e as horas tornam-se devastadores, pois o medo desce como um elevador em alta velocidade, que rasga todas as epidermes do meu corpo e deixa essa vontade louca de fugir em estado de alerta. Eu preciso encontrar uma fuga, alguma sala onde a mobília não seja feita para o medo se acomodar... Uma sala pra mim.
      Lembro-me de cada situação que senti medo, lembro-me de todas. As mãos mexendo-se sem parar, o cabelo que não ficava quieto e a sensação de estar à beira de um precipício onde o medo aparecia bem atrás de mim, com as mãos em minhas costas.

Hoje possuo ancoras presas a minhas pernas. Elas fazem-me descer nesse profundo oceano que o medo reproduz. Consigo subir de volta e quando acho que tudo está sob meu controle, sou puxado ferozmente ao fundo do mar. Afogo-me no medo e depois sou encontrado em terras firmes lamentando a mais uma derrota. A cada derrota, eu aprendo mais e talvez o medo faça parte de todos os seres humanos. Pode até ser um professor maluco que lhe impõe as piores lições, mas saiba Medo, que você pode agir de um jeito inovador e astuto e deixar-me em condições precárias de pensamentos, porém, chegará uma hora em que eu passarei por tudo isso e poderei vencer-lhe. Apenas saiba disso, pois a cada derrota vem uma nova experiência e a cada experiência surgem em meu corpo mais forças para lutar. É esse o modo que diferencia-me dos outros, pois não quero criar uma guerra interna com você... Apenas quero mostrar-lhe que sou melhor.
Como é que você pretende lidar com isso? Conheço mil formas de se proceder; mais da metade delas parecem mais sensatas, ao meu ver. Nessa constante mudança de mares, tenho fugido para cada vez mais longe da fumaça dessas explosões.

Hoje, distante a ponto de te ver como um minúsculo ponto próximo à curva do horizonte, encontro-me às portas de uma nova vida, aquela vida que eu sempre procurei: viver procurando. A memória recente de uma longilínea silhueta ornada pelos iluminados prédios da metrópole, mesmo sendo fruto de um mero retrato imaginário e possivelmente efêmero, tem me guiado para longe da tua guerra. E para cada vez mais longe da terra firme. Aqui a água é fria, e a hipotermia me força a dar braçadas cada vez mais convictas, em sentido oposto ao dos teus passos.

Igor Gonçalves

sábado, 16 de outubro de 2010

Meu maior inimigo sou eu

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Sentado na realidade
Gritos mudos torturam minha mente
Meu estomago se revira desesperadamente
O medo cria raízes entrelaçadas a cada centímetro de meu corpo.

Quebra minhas pernas
Fico no chão
Imobilizado
Rezo para passar.

Desviar o foco é uma solução,
Mas está por toda a parte
Não há como fugir
O breu em meus olhos surge
Sem que eu possa me corrigir.

Medo
Palavra pequena
Mas de enorme impacto.

Me afeta porque eu deixo.
Há algo que me enfraquece
A confiança sobe progressivamente
Mas diante do medo, apenas desce.

Calma, só isso.

É acolhedora
Enigmática
Perfeita
Não há nada que possa detê-la...

E meu medo?
Tem ‘medo’ da calma.

Igor Gonçalves

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Então, me deixa falar...

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Poetas
O mundo deveria ser baseado em seus versos
Da loucura a perfeição
O mundo giraria em torno de sua imaginação.

Poetas mudos
Falantes por dentro
Sintonizam-se diariamente
Comem palavras como se fossem sementes.

Poetas falsos
Jogam a semente fora
Deixando de florescer em seu coração
A felicidade do saber outrora.

Poetas são assim
Fogem dos seus anseios
Não desistem dos seus desejos
Basta apenas prestar atenção aos seus lampejos.

Eles são um livro aberto
Basta saber interpretar
Se você que é pobre sentimentalmente
Não ouse nem falar!

Poetas odeiam ser racionais
Suas vidas são recheadas de histórias normais
Com pitadas de romance abaladas
Confeitados com desejos não realizados.

A folha que ele usa é curta
Apenas o viver é comprido
Diferente de tudo, um distante amigo...

Um amigo especial e complicado
Mas que se souberes levar
Terás uma vida longa e bem passada
Pois a vida é o que me faz formar palavras.

Ah, se os poetas fossem donos do mundo...


Igor Gonçalves

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Leaozinhaa !

#3






O vento vai te soprar

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Passei o ano inteiro vendo sua imagem, tudo em meu coração.
Está aí uma condição do qual não posso esquecer
Sentimentos mesclados com sua integridade
Sentimentos dos quais conheço, mas nunca vivenciei.

Indagando meu próprio futuro
Cá estou eu, sempre buscando mais palavras.
Desejando que a brisa que toca fosse minha.
Perseguindo uma feroz corrente que me leve até seu coração.

Olho para cima, depois para baixo.
Olho ao centro,
Em busca de um espaço, não encontro.

Ora! Assim ficarei na chuva que cai e atormenta esse mundo pequeno.

Eu tenho que continuar andando
Procurando uma maneira
E não vou desistir, é impensável!
Desistir é coisa de gente pequena,
Que se encontra em inabaláveis tempestades
E acha que seu céu é uma noite serena.

Não.

E talvez quando menos perceber
Quando essa ânsia enfim tornar-se astuta
Eu poderei contemplar
Toda essa beleza que meus olhos colocam
E minha mente insiste em viajar...
Sobre lugares desconhecidos
Que jamais pensei pisar.

A voz do poeta é muda,
Mas pra que vozes?
Estou falando do coração mesmo.

Igor Gonçalves




quarta-feira, 6 de outubro de 2010

#2

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A minha preocupação acorda com a cara na janela
De longe posso perceber que acabaste de chegar
E está tão perto de minha vida...
Passa por aqui e não vem ao menos me chamar.

Não quer nem saber
Não quer sentir
Não sabe o que quer
Fingi entender, mas ainda não é mulher.

Achar algo mais forte faria de mim algo melhor
Mas, estou preso bem aí... Você sabe.
Quando emudeço, é porque há uma multidão em mim
Quando paro de pensar, é porque devaneios atormentam-me constantemente...
Mas passar por aqui e nem me chamar,
Isso realmente não me deixou contente.

Hora de repensar.

Igor Gonçalves