quinta-feira, 30 de setembro de 2010

#1

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Toda minha vida, eu tive vontade de encarar as coisas
Qualquer coisa que fosse maior do que eu
Qualquer coisa que me derrotasse
Eu apenas continuava firme até passar por isso.
Não isso
É demais
Eu não sou forte o suficiente.


O que eu vou fazer?

Eu confesso que essa é uma luta, do qual não vou ganhar.
E eu estou aqui, sentado olhando pro Céu...
Perguntando a mim mesmo
Repetidas vezes,
O que eu vou fazer?


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Roteiro do meu filme

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Minha cabeça é uma sala de cinema
Onde posso ter todas as sensações
Que um dia pude sonhar.

Eu troco de filmes
A fim de procurar um lugar para ficar
Eu vou e venho a lugares e não encontro nada.

E aquele disco que você costumava ouvir?
É a trilha sonora do meu filme
Onde o protagonista é nosso romance.

Em todos os filmes ele está encrencado
E cercado de todas as dúvidas possíveis
Que as respostas parecem que sempre buscam uma parte dois.

Eu venho durante tanto tempo tentar entender
Que vejo você com clareza apenas em minhas palavras
E que sua presença me deixa exausto sentimentalmente...

É aí que eu choro.

Chorar é a reação que o romance faz
Suar é a reação que o corpo se dá após correr por tanto tempo
Então estou correndo tanto, mas tanto... Que o que faço é apenas chorar.

Não vá demorar
Não me deixe aqui sozinho
Estou te esperando, um novo filme vai começar.

Igor Gonçalves

domingo, 26 de setembro de 2010

Romance nas entrelinhas

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O romance encontra-se em turbulência, mas quem disse que ele seria para sempre uma linha reta? Encontrei curvas.
   Durante muito tempo eu não possuí conhecimento, embora que por muitas vezes já desconfiasse de que o romance estava realmente andando de forma correta e calma demais. Mal sabia o que me esperava. Meu romance, sim, aquele do qual meus olhos brilham só de falar está sendo colocado em xeque por mim mesmo e só em minha cabeça milhares de teorias e dúvidas sobrevoam meus neurônios a fim de especular mais dor.

Em minha vida, muitos hábitos e pessoas pereceram. Foram substituídos por novas maneiras e pessoas diferentes começaram a aparecer. Não era nada igual e agora, aqui estou eu, me pego pensando no quanto meus modos mudaram. Nesses pensamentos, eu tento imaginar se o que sou hoje é visto de maneira agradável a pessoas do qual eu convivo. Será que estou agindo errado? Ou tudo nisso não passa de mais um sermão da vida, dando-me duras lições para que um dia eu seja um homem exemplar, capaz de ensinar tudo o que aprendi a meu filho. Isto é, se eu tiver algum.

Eu desejo que o impacto da minha vida nas outras pessoas, seja calmo como o vento que suspira tranquilidade na praia. A vida é pra ser assim: Importante e eterna.
É fácil deixar tudo subentendido, nas entrelinhas talvez... Nessas malditas palavras que eu despejo aqui na tentativa de minimizar todas as dores que eu sinto. Eu sinto? Sim, é o romance batendo nas janelas do meu peito, pedindo perdidamente um lar para morar. Mas querido romance:

- Você saiu de mim, não é em meu peito que deve ficar. Vá para outro lugar, é naquele peito que meus olhos brilharam que é sua casa. Agora vá.

E meu romance, com lágrimas nos olhos, dirigiu-se a mais longa e tortuosa viagem que ele já percorrera.
Detalhes? Eu contarei nas entrelinhas.

Igor Gonçalves

sábado, 25 de setembro de 2010

Submerso

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Ás vezes as pessoas com que mais nos importamos, não são capazes de perceber a derradeira a verdade que há em nós. Não percebem o quanto elas são importantes e por vezes acabam tratando-lhe como se você fosse apenas mais um.
    Quanto mais importante à pessoa for, mais vai doer se ela fizer isso. Talvez elas não percebam que a qualquer momento podemos deixar de viver ou até então num surto de pensamentos acabar por deixar de gostar delas. É doloroso esse processo, mas quem consegue diferenciar quando está sendo amado e quando está sendo rejeitado, é obrigado a tomar esse tipo inclassificável de decisão.

Eu sei que cada pessoa tem o seu jeito e é inaceitável que tentemos mudar o dos outros. Isso de certa forma me assusta. Tem pessoa que é amável, tem pessoa que é reservada, tem pessoa que não se importa e há alguns outros que se escondem atrás de uma porta. Os que são amáveis sofrem por não encontrarem ou por muitas vezes amarem pessoas que não estão se importando com seus sentimentos e muitas vezes nesses encontros, eles pensam: ‘Eu trato ela com tanto carinho e recebo uma rajada de frieza em troca’
Os reservados são aqueles que têm medo de enfrentar o mundo e ficam presos em seus próprios devaneios tentando imaginar como seria se eles deixassem de pensar e vivessem um pouco mais. Agora os que não se importam, vivem demasiadamente e se divertem a todo custo. Embora em seu ímpeto mais profundo, sabem que sempre está faltando algo e não fazem o mínimo de esforço para melhorar. Esses são aqueles que podem ser felizes, porém, ficam sozinhos por ter uma visão de mundo perfeita e não aceitar enxergar o mundo como ele é. Por fim, os que se escondem atrás da porta são pessoas que foram amáveis e devido a incríveis surras levadas pela vida tornaram-se reservadas. Porém, com o tempo elas passam a não se importar e voltar a um ensaio de viver, entretanto no fim elas sentem uma vasta necessidade de vida, mas por medo de reviver todo esse processo acabam por apenas observar o mundo pelo buraco da fechadura da porta.

Eu possuo todos esses jeitos e nos últimos nove meses continuo a repeti-los de uma maneira em que talvez eu possa enganar-me e achar que estou bem. Talvez eu esteja tangendo de maneira errada, mas é como carregar um fardo que consome todas minhas forças deixando-me exausto, sem perceber que fingir um momento bom é pior quando as coisas caem sem pleno aviso sobre você.
     Mal percebo que tudo está fora do lugar e que essa falsa felicidade é apenas para as outras pessoas não me acharem um pobre coitado. Afinal, eu tenho tudo na mão. É o que os outros dizem, embora, não saibam que eu jogaria esse fútil tudo ao léu para apenas reter minha felicidade verdadeira de volta. Controlar os pensamentos é algo necessário, pois se não os domar, acabarei por fim deitado numa cama suntuosa marcada a ferro com o líquido de minhas lágrimas.
Nessa constante incógnita que é meu viver, eu arranjo mais de mil maneiras para resolver o problema, mas proceder sem saber é o mesmo que entrar no oceano sem saber nadar. Eu entro no oceano, a água é fria e tento nadar o mais rápido que posso, mas sempre acabo afogando-me em minhas próprias memórias passadas que foram-me impostas sem ao menos perguntar se eu concordava.

Eu não quero me afogar, eu não quero me afogar – Grito desesperadamente na noite sem estrelas que me cerca no meio de um oceano profundo que nem mesmo sei para onde é a direção de terra firme. Grito, grito até minha garganta começar a doer e ninguém me ouve pedindo por socorro, e é nesse momento em que não obtenho ajuda eu sinto-me um ser inútil que não é capaz de ao menos viver direito.

Isso é o preço que eu pago por escolher o caminho de sentir, mas em algum momento eu caí no precipício de minha horrível memória e bem, cá estou eu.
Eu deveria parar de agir assim, penso nisso todos os dias... Mas não paro. Alguém me para.

Igor Gonçalves

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Do Céu ao Inferno

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Ácido que corroeu meu peito
E não me deixou tranquilizar
Mesmo quando fingia e não sabia nada direito
Eu apenas parei e de longe comecei a chorar.

A cegueira repentina deixa-me congelado
Esqueço-me de todos os versos passados
Para dedicar-me a arte de odiar...

Logo passa.
É assim, todos os dias.

Igor Gonçalves

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sensatez

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Durante toda a vida de um ser, apenas uma coisa é infinita. As palavras, sim, eu falo delas o tempo todo. Afinal? Mesmo calado, elas continuam a me torturar mentalmente e não acabam por aí, as palavras na verdade são ingredientes que numa mágica misteriosa acabam se tornando pensamentos e os pensamentos viram ações, as ações viram fatos, os fatos consequências, as consequências viram tristezas ou felicidades e esse sentimento volta a se tornar pensamento. Repetindo como uma máquina industrial, que visa apenas à produção e não se importa com a origem, que no caso seria eu.

As palavras são poderosas e infinitas. Não há como fugir delas. É como um gigantesco mar que agitado pelas frustrações e maus momentos fazem da vida uma extensa bagunça e nesse maremoto, as palavras acabam se bagunçando e é nesse exato momento em que no mar agitado, desponta das consequências um imenso navio com um letreiro enorme proferindo uma só palavra: Confusão

Isso traz raiva por tudo, a dificuldade em pensar acaba por deixar um ambiente onde eu sou um estrangeiro em meu próprio país pessoal. Dificuldades fazem as coisas parecerem que não fluem e que tudo não tem sentido, mas se eu fechar toda a porta de visitantes e me isolar achando que tudo ficará bem, eu apenas estarei retardando o sofrimento que um dia irá se enfurecer contra mim e acabará por me derrotar. Nesse dia não tenho certeza se conseguirei levantar, então para que tudo possa ficar bem eu apenas mantenho a calma e penso nas pessoas que se preocupam realmente comigo. Apesar de o mundo ser um palco eterno de lutas, ainda há pessoas que nos acompanham e nos ajudam nessa longa e infinita disputa onde não há ganhadores, embora haja conforto e tranquilidade por ter essas pessoas que fazem da vida algo gostoso e cômodo de ver.

O mundo é inteiramente formado de ignorantes e não me assusta mais a crueldade usada por essas pessoas, não há jeito. Eu não vou mudar eles, eu não quero e não sou nenhum tipo de santidade capaz de impor paz entre esses seres. Portanto, eu prefiro agir localmente e ficar em paz pessoalmente. Sei que é difícil, sei que é um caminho extenso, mas fazendo isso certamente passarei essa paz para alguém que amo, e esse alguém transmitirá essa paz para outra pessoa... Espero que um dia todas as pessoas do mundo estejam contagiadas por essa paz transmissora.

Igor Gonçalves




segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fingir que sabe não é saber

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Meu amor está desatinando em meu coração
Fazendo perguntas que não sabe responder
É como um líquido, que no passado não passava de uma ideia.
E da mente fluiu para o peito
Sem ao menos reportar
A quem de fato fez tudo isso existir.

Olhei para tudo isso
E senti-me menosprezado.
Como sou pequeno perante a imensidão do Romance.
Sou uma minúscula gota d`água ao lado de um arranha-céu.

Tentei voltar à falsa a vida
Onde eu andava pelas avenidas
E vi chegar o Romance desmanchando
Todas minhas projeções de futuro
Indo como um Sol raiando
Caí desatinando...
Oh, como eu caio no meu mundo desatinando...

O jogo está acabado
O tempo em que corri em círculos
Não passa nem perto do modo como estou encantado
Ao ver sua imagem explorar todos os cantos da minha mente
Conduzindo-me a tempos em que o romance fala mais alto.

Pretendo descobrir uma forma de me desvencilhar
Dessa menina distraída que a tanto vem formigar
Todas as palavras que um dia pretendo escrever
Nas flores mais sinceras que virão a florescer.

Não diga nada destino,
Deixe-me sofrer sem saber de tudo
Eu prometo viver sem medo de perecer
E se reclamar, lhe peço: Deixe-me mudo!

Portanto o céu do Romance
Está enovelado a fitas de cetim
Cores fortes desejam o carmim
O romance que cultivo é seu até meu final fim.

Olho-me refletido ao espelho
Deixando cair lágrimas pelo rosto...
Eu gosto de chorar
Ver meus olhos verdes fortes se calar
De forma para saber levar
Que se a lágrima cai
É porque me importo
E na casa dos tolos apaixonados
Eu finjo que sei como sair
Finjo que sei, finjo que sei...



Igor Gonçalves


Minha inspiração

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Terras Desabitadas

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Embora a tempestade tenha passado,
Continuo a andar por terras desabitadas.
Olho para o céu e enxergo perfeitamente
O brilho extremo que alavancara minha vida a índices de calmaria quase épicos.

Está lá ainda
Posso ouvir de longe o som da música que me acalma
Está um pouco longe,
Talvez como a distância em que o Sol está de nós, não sei descrever.
É algo que de tão grande é possível enxergar a longas distâncias
E é isso que me deixa estável.

Morro de medo só de pensar
E se em minha terra desabitada
Voltar a grandes quantidades de água desabar?
E se o brilho extremo em meu céu começar a sucumbir,
Talvez explodir e em algum momento vir a me cegar
Com sua luz forte
Que aumentará como uma estrela,
A fim de se despedaçar...

Não, isso não vai acontecer.
Um céu como esse, não pode desaparecer...
Mas meu único receio
É que este céu venha a um dia escurecer
E se meu brilho extremo e pessoal vir a abandonar-me
Só Deus saberá o que farei sem sua existência.

Igor Gonçalves

sábado, 11 de setembro de 2010

Uma taça e um brinde para as estrelas

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Olhei ao céu negrejante uma estrela solitária pensante
Invejei o fato de a estrela possuir luz própria
Enquanto eu forçava a vista e me encontrava em plena escuridão.
Ah, queria eu ser tão luminoso feito este ser.

Veio então à manhã, que desolava o céu em nuvens frescas;
A manhã chegou, embora não trouxesse o dia.
A luz que o Sol projetava aos meus olhos era apenas ilusória
Pois a verdadeira luz externa extinguira-se de mim.

Em minha face encontra-se o rubor causado pela vida
Pois nas estâncias mais longínquas de meu espírito
São causadas diferentes sensações inconstantes
Tanto de vidas presentes, tanto de vida distantes.

O céu luminoso das estrelas poderia afastar todo esse temor
O dia com sua luminosidade e paz presente
Contracenando com seu interior
Noite negra infestada da escuridão contingente.

Exilado de minha própria mente
Em zonas distantes e mais distantes
Andando por lugares desconhecidos e amaldiçoados
Fujo sem saber que o pior já me foi passado.

Queria eu juntar um exército
Fulminar essa minha muralha pessoal
Criada com fogo durante um tempo tempestuoso...
Feita de raiva e puro ódio, só deve ser destruída com afeto e puro amor.

Igor Gonçalves

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Romance

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É tão poderoso,
Que as cirscuntancias me impelem de jogar tudo fora.
Eu tenho meus anseios
Meus tristes receios
Embora acabe contrariando-me e deixando fluir pelo ar.

Contrariar a si mesmo é um ato ousado
Quem eu penso que sou!
No milionésimo segundo de fuga que encontro
Acabo perdendo o tempo
E volto ao lar da realidade.

Fugir é ser covarde
Deixar de ser o parágrafo final em sua narrativa
Escrita em mínimos detalhes
É parafrasear a vida
Que por pouco não passou de maus olhares.

E aquela música que o coração toca?
Parece ser infinita aos meus ouvidos.
Vai ao superlativo extenso do final
Criando separações de canções
Que compõe um álbum inteiro de melodias...

Talvez essa minha face sisuda encontra-se em procuras
De talvez um sorriso que rasgue todas as barreiras.
Ou até então tirar os pés dos chãos
E acreditar que posso voar em belos ares
Passar pelas mais longas cachoeiras
Acreditando apenas em meu romance.

Mas o caminho é longo e tenso
E ás vezes nós insistimos em ficar debaixo dessa cobertura
Que nos cerca impedindo-nos de enxergar o céu azul
Que apenas o romance pode preceder.

E então naquela mais nova e sincera música
Aquela que está tocando hoje
No meu rádio coração meio defeituoso quebrado...
Diz que o amor é maior
Do que minhas convicções.

Igor Gonçalves