Quem sabe de mim esqueceu
Sabem de tudo que eu não sei
Talvez o que eu tanto prezo morreu
Sobrou apenas o partido de algo que herdei.
Corri para todos os cantos
Percorri todas as palavras pronunciadas
Os solos de guitarra me fazem triste
Fazem-me lembrar de alguém que não existe.
Vem o pássaro negro à janela
Seu grito parece tão distante
Perto de mim agoniza a voz cantante
Do fogo que se apagou como vela.
São sonhos que queimam
Noites que deliram
Enquanto o destino ri e suspira
A verdade tornou-se ideia fixa.
Não quis acreditar
Só que não aguentei e caí na real
Chorei demais por não saber
Partido fez estrago no meu peito.
A estrada possui um ar solitário
Coloco sentimentos no amado sacrário
Condições não foram suficientes
Lidar com tudo é intransigente.
Estou de atalaia no movimento
Penso que de mim tu não conheces
Peço tanto e ninguém ouve minhas preces...
Ai Deus, ouve-me logo!
Visitando e tentando
Não adianta tentar mudar
Quando tudo para trás ficou.
‘Não ouse desistir
de tudo o que você sonhou’
É tarde demais para voltar atrás
Eu nunca soube dizer adeus
Eu nunca atuei contra o sentimento de perder
Como faço para lidar com algo que não sei escolher?
É olhando para frente que o caminho é difícil
Olhando para trás é saudoso
Meu espelho quebrou-se e tentei ser o que não sou
Não sei o que falar, já escrevi tanto para desvendar.
É demais encarar as maldosas multidões
Ela se funde aos medos das minhas terríveis maldições
Transforma tudo em paredes encostadas
Deixa-me minha mente achando-se desgraçada.
Meu jardim está inculto
Falar de amor tornou-se insulto
Eu tentei fugir pulando os muros
Não deu certo e gritei em apuros!
Oh! Meu mundo é um porão vazio
Não há hóspedes, pois o quarto é muito frio
A porta de entrada é algo indiscreto
Interiormente não passa de um abrigo sem teto.
Igor Gonçalves