quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Em paz

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Há uma mulher na minha direção
Do qual nunca me esqueço
Penso nela consumindo toda minha razão
Outrora nem sei mais o que pareço.

Perdendo a visão em um ritmo absurdo
Fecho os olhos e a enxergo em meu mundo
A mobília vazia tem apenas a sua presença
Ela, de tão linda, entrou sem pedir licença.

Vem o vento que sopra todas as feridas
Não há mais nenhuma saída
Em meu mundo de caos atordoado
Você é a esperança de um dia ensolarado.

Pareço não saber de muitas coisas
Minha memória se prende aos detalhes
Os seus olhos me tiram um alegre sorriso
Sua presença trás a paz de um leve improviso.

Não sei o que pensar
Não quero ser exigente
Se não for pedir muito
Ao seu lado quero ficar...

Igor Gonçalves

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Rei da Selva

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Não posso manter meus sentimentos disfarçados
Como se fossem uma camiseta de número errado
E na troca de areia de uma ampulheta
Troca-se o tempo que eu sempre quis que tivesse existido.

Que tempo é esse?
Onde confuso, danço uma valsa solitária.
Esperando um lugar que não é o que sonhei
A literatura de um romance que jamais escreverei.

Toda minha história
Detalhada em linhas inexatas
Vultos de um passado sempre presente
Presente de um futuro inexistente.

A minha solidão é permanente?
O amor está ao meu lado, não é o que quero.
Nunca mais o rosto dela eu pude ver
Na distância ela insiste em desaparecer.

Perdido na selva de enganos
Sangue negro derramado dos meus olhos
Chorando um amor abandonado em poucos anos
Quanta falta de amor, tolices fatais!

Como dormir e sonhar com o coração doendo?
Sinais me mostram que a distância é meu mundo
E que nada que eu fazer vai mudar
O Rei da selva precisa voltar.

Bilhetes deixados por guerreiros derrotados
Caídos ao chão de um céu de diamantes
Quebram toda minha vaidade com mil machados
Incentivando a insônia e medo de viver coisas nunca vividas antes.

O Rei da Selva está enjaulado
Precisa recuperar o ar que perdeu
O mundo engoliu sua fé
O gelo impediu que ficasse de pé...

Ele caiu.

Igor Gonçalves

As minhas memórias falham como Polaroids

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A ferida que acostumou doer
Na doença dos dias esvazio tudo o que posso acreditar
Frustrada tentativa de me dizer
Que todo mundo não deve deixar de sonhar.

Mal com o mundo
Mau o sentimento é
O mar que me engole é fundo
E a correnteza me puxa forte pelo pé.

Minhas mãos tentam em vão pegar o ar
Busco recordações na biblioteca da memória
Necessito ver o que quero lembrar
No entanto o fogo destrói toda minha história.

Os ruídos que após o sofrimento levam à terra firme
Só não são maiores que o silêncio que você deixou
A ferida que apelido com seu nome não cicatrizou
Respiro por aparelhos, mas não consigo achar o que você levou.

E cadê tudo, diz-me onde deixou!
Preciso de nova essência, mas não vou mudar o que sou.
Jogado ao lixo o sentimento chora aos gritos
Mudo para o mundo, volume máximo que me deixa aflito.

Deixa-me de fora, eu não quero mais entrar
Os pingos da chuva forte não vão me derrubar
Nunca prometi ser forte à ponto de não chorar
Você sempre soube, meu amor, que eu não sei lidar.

E é por isso que bebo todo dia a tranquilidade
Conforto-me em histórias sem final feliz
Busco a vida em uma caixa azul-saudade
Devaneio e chego a ser o que você sempre quis.

Só que estou de fora encarando o mundo
Fundo, imundo e descontrolado
Reflito no ar seu desenho todo errado
Encaro e guardo o romance em sono profundo.

Igor Gonçalves 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Rebobinar o Filme da Vida


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Viajo pelo tempo
Com passagem de ida e volta
Sem bagagens esqueço
Que a felicidade passada está morta.

Percebo então o que ouvi
Não gostei
Não sorri
Chorei.

O amor está distante
Falecido e enterrado
Vivo a caminhar no céu que escureceu
Luto sentido por alguém que não morreu.

Saudades do que não mais existe
Será que estou louco?
Será que estou triste?

Rebobino o filme do romance
Sei cada capítulo dessa história
A cicatriz na alma arde a cada instante
O pause é longo e as lagrimas obrigatórias.

A direção é dela
O roteiro é meu
No final restam dois feridos, sobrevivi.
Ela me esqueceu.

Igor Gonçalves

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

No final a verdade vai prevalecer

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Vou tatuar no cérebro: O mundo parece grande, mas ele tem o tamanho que a gente quiser. Sonha GRANDE, sonha GIGANTE, e faz algo a respeito.

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''A minha resposta vai chegar numa música''