quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Você está em minhas veias e eu não consigo te tirar





Conforme os dias vão passando
Um pedaço da minha janela escurece
Já não vejo o que há lá fora
Se está sol, frio ou abafado.
A mobília está inacabada
Pois deixei de construir tudo aquilo que sonhei
Por falta de vontade me abandonei
Porque sensível.
Dói dizer
E pensar.
Naquilo que me fez esmorecer
Ou talvez no que me levou a afundar
Sem colete salva vidas eu me deixei levar
Pois fiquei em pedaços
E sem saber para onde ir
Deixei o mar me levar
E ele levou...
Para esse novo lugar
Onde eu, talvez, pudesse me encontrar
Mas, a doença dos meus dias me achou lá
Colocou-me de castigo
E mandou que eu não falasse um Á.
Quando ela, enfim saiu, eu não consegui olhar para trás.
A janela foi escurecendo com a poeira
E assim, deixei de ver.
Me ver.
Quando abro os olhos, eu nem me reconheço mais.

‘Se alguém encontrou um sentido para a vida... Chorou. ’



Igor Gonçalves