Quem dera um, beijo seu.
A curva que a respiração faz no ar
Pausou em seus lábios
Petrificou o momento, queimou na minha memória.
Marcante.
A música ecoou nas engrenagens de um rádio velho
Reproduziu toda história contada de trás para frente
E nas fagulhas de uma fogueira, as estrelas brilhavam na
minha mente.
Pensava em você.
Sírius, Aldebarã, Centauro e Pavão.
Todas as constelações passeavam pelo meu coração
Explodindo maravilhosas cores vivas, colorindo o negro
padrão
Em cores que se completavam com um único intuito.
Se amar.
Querendo ser o elo, a palavra entre nós.
Posso muito bem repetir o que é sentido
Mas jamais conseguirei explicar, de onde vieram essas
cores.
Das constelações, dos seus olhos, do mundo?
É assim que talvez se forma um amor, uma ideia maluca de
cores e explosões.
Um atestado rasgado de uma receita médica ilegal.
Pode ser até um mar violento de emoções
Que nunca se dispõe, a me salvar... Tudo bem, eu me afogo
nesse romance.
Amar é muito mais
É viver apaixonado até demais.
Por isso, minhas palavras estão embaraçadas... Presas num
cais qualquer!
Tudo bem, eu admito... O oceano é seu, afogue-se nesse
mar de romances infinitos.
Igor Gonçalves.