O amor que te dei
Deveria voltar através de você
Mas se perdeu onde não sei
E hoje não te enxergo de uma vez.
Separações diárias vão me consumindo
A tragédia anunciada do que fiz
Nunca valeu de nada
E, passageiro, fiquei no ponto.
Não embarquei naquilo que perpetuei
Esculpi a perfeição na sua imagem
Entrei no palco onde sempre lutei
Carregado de marcas e coragem.
Mas, sua encomenda atrasou
Assim fez meu peito desmoronar
Do alto dos meus 26
Eu ainda não aprendi a lidar.
Te mostrei meu lar
A mobília bagunçada eu tentei esconder
Precisava do que você pode dar
Um pouco, ao menos, para não perecer.
Hoje enlouquecido e querendo gritar
A noite insiste em perfurar
Você não sente nada
Ou apenas existiu para me machucar?
Decepções regem a sinfonia da minha alma
Perco tempo pensando em como me resolver
Um pouco de calma para me reerguer
Tolo, acreditei mais uma vez.
A angústia percorre minhas veias
E manda ao meu coração o que não existe
Bombas de sangue não são suficientes
Se minha raiz, morta, destrói tudo.
Sigo indiferente e calado
Queria ouvir um pouco de você
Me sentir amado
E não perguntar o porquê.
A santa certeza de que tudo passa
Rege a liquidez da minha razão
Eu sou uma escuridão
Não sou visto por uma multidão
Só peço para você não ir
Mas é tarde demais.
Igor Gonçalves