domingo, 30 de junho de 2019

Pirâmides Desconexas



Será que é possível ser feliz 
Mesmo sem tem com quem contar? 
O que de errado eu fiz? 
A química não consegue me ajudar. 

O peso que carrego não para de aumentar 
Um Rei coroado que não quer governar 
As custas de um fardo que não pode suportar
Excepcional e dispensável é como devo soar.

O auge é algo palpável? 
Estradas destruídas ousam me desconstruir 
Inexiste formas de ser amável 
Quando se está no chão sem ter porque sorrir.

Tenho procurado por outras formas de lidar
Sei que onde vou não há nada para aproveitar 
Penso em fugir de todos e sumir 
Assim não há preocupações com o sentir.

Os ventos que trazem a mudança 
Estão distantes e daqui não vão ressoar 
Tenho vagas lembranças 
Mas não sei o que é amar.

Talvez por isso conto com pessoas 
E químicas que destroem meu pensar 
Fazem eu me tornar um som que não ressoa
Um ensurdecedor abismo do qual pulei 
Não me resgatei 
Falhei.

Igor Gonçalves 

terça-feira, 18 de junho de 2019

Cercado



Estou tão enjoado de preencher lacunas 
Adentrar espaços que me são passados 
Corrigir incontáveis erros causados 
Ser o preparador de fortunas.

Vamos lá, você é inteligente. 
Você não precisa se deprimir 
Converse, tenha coragem para ir 
Siga forte, vá sempre em frente.

É o que eles dizem
Motoristas bêbados nas esquinas 
Traçando minhas rotas mais esquisitas 
Não preciso ser o que querem.

Não era para ser dessa forma
Ainda ouço sua voz na minha cabeça 
Minhas mãos trêmulas criam retas tortas
E vou longe sem que o sentido obedeça.

Não quero falar 
Eu não acredito em ninguém 
Querem acabar comigo! 
Mas o que eu fiz? Apenas não desisti?

Congelado pela razão 
Rodo sem conserto 
Sou o acidente sem emoção 
O resgate que não chegou.

Suspiros carentes me fazem agir diferente 
Eu tento fingir e me acalmar em outro lar
Impreciso fico inerente 
A minha falta de coerência me faz errar.

No fundo erro todas minhas jogadas 
Movimentos não condizem com o pensar 
Impulsos sempre surgem para derrubar 
Um deles me levou ao chão 
E de lá nunca mais saí...

Por mais que asas pudessem me fazer voar 
Eu nunca soube como proceder 
A ler esses capítulos em outras línguas 
Essas histórias mal contadas 
Não desenhadas para mim 
Ou talvez sejam, enfim! 

As entradas estão fechadas 
Vou ficar por aqui
Me sentar um pouco, e refletir.

Igor Gonçalves