segunda-feira, 1 de abril de 2013

Já me transformei em pó


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É o som dessa guitarra que me faz chorar
A música velha é cantada cheia de amargura
O cantor escreveu um grande amor para recordar
E se perdeu no fim de sua alma pura.

Não mais cristalina ficou
Conhece-se um homem por suas experiências
E aquele que amar mais e continuar só
Vive presente, mas seu coração é puro pó.

Às vezes não há como reconstituir
Continua batendo para aplicar a lei da vida
Outros tentam de alguma forma substituir
Mas não há como fugir.

Fugitivos são presos em flagrante
Por não mais quererem amar
Que mal há em evitar romance
Pois todos que vem só me fazem chorar?

Ai como é bom ter o que lembrar
Porém não mais tenho o que oferecer
Meu interior é morto e insignificante
E não há nada que possa me socorrer.

Quero me encontrar em braços
Quero me perder em beijos
Quero me envolver em outros laços
Quero muito um romance perfeito.

Mudo de ideia facilmente
Nem sei mais o que eu quero
Às vezes caio em choro inconsequente
E nem me lembro porque me desespero.

Chorar é saber que há um coração
Que se importa por si mesmo
Que há amor próprio, mesmo vivendo só.
Mesmo tendo lágrimas de pó.

Um descuido da vida é necessário
A gente se machuca demais
Quebra-se em mil pedaços
Porém é esse sentimento que faz encontrarmos o prazer na cura.

O romance está em apuros
Sua água é pura
Mas eu nunca soube nadar.

Igor Gonçalves

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Viver é muito mais do que encontrar conceitos, belas frases. E nesse pequeno discurso cheio de erros de concordância e rimas toscas, tento dizer que o essencial não é visível aos seus olhos