quinta-feira, 4 de julho de 2019

Ofuscado

O amor que te dei 
Deveria voltar através de você 
Mas se perdeu onde não sei 
E hoje não te enxergo de uma vez. 

Separações diárias vão me consumindo 
A tragédia anunciada do que fiz 
Nunca valeu de nada 
E, passageiro, fiquei no ponto.

Não embarquei naquilo que perpetuei 
Esculpi a perfeição na sua imagem 
Entrei no palco onde sempre lutei 
Carregado de marcas e coragem.

Mas, sua encomenda atrasou 
Assim fez meu peito desmoronar 
Do alto dos meus 26 
Eu ainda não aprendi a lidar.

Te mostrei meu lar 
A mobília bagunçada eu tentei esconder 
Precisava do que você pode dar 
Um pouco, ao menos, para não perecer.

Hoje enlouquecido e querendo gritar 
A noite insiste em perfurar 
Você não sente nada 
Ou apenas existiu para me machucar?

Decepções regem a sinfonia da minha alma 
Perco tempo pensando em como me resolver 
Um pouco de calma para me reerguer 
Tolo, acreditei mais uma vez.

A angústia percorre minhas veias 
E manda ao meu coração o que não existe 
Bombas de sangue não são suficientes 
Se minha raiz, morta, destrói tudo.

Sigo indiferente e calado 
Queria ouvir um pouco de você 
Me sentir amado 
E não perguntar o porquê.

A santa certeza de que tudo passa
Rege a liquidez da minha razão 
Eu sou uma escuridão 
Não sou visto por uma multidão 
Só peço para você não ir 
Mas é tarde demais. 

Igor Gonçalves 

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Viver é muito mais do que encontrar conceitos, belas frases. E nesse pequeno discurso cheio de erros de concordância e rimas toscas, tento dizer que o essencial não é visível aos seus olhos