terça-feira, 1 de março de 2011

Vou lembrar e ficarei OK

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Vou começar a escrever torto
Pois a perfeição perdeu-se no bel da meia noite
E a busca incessante que tenho para se autodesligar
É o controle dos destinatários em que insisto empregar.

Consertando coisas
Consertando a mim mesmo, todo remendado
Uma carcaça velha, toda mal cuidada
Uma agulha presa à linha traçada.

Foi homologado por livre e espontânea vontade
E rabiscado no braço estava todas as palavras
Embora não credite palavras, e sim pessoas.
Traio a mim mesmo emudecendo minhas escolhas.

Distorcido, é assim que estou.
Não posso ser enxergado
Sou o papel rasgado do texto que restou.

Ninguém quis me ler
Meu parágrafo estava mal pontuado
A capa estava solta e manchada
Sinais do sangue frio e calculado.

Quero explanar todas as minhas ideias
Separar positivos e negativos
O lucro indireto e os presumidos
Deixo parado bem longe do pessimismo.

Já está escuro, não consigo dormir.
As ideias borbulham em minha mente
Sem que eu consiga me repetir
E acordo pro mundo e garanto que nunca vou fugir.

Eu não sou o escritor,
O único que possui esse dom é o tempo
Escreve pra mim sempre e me deixa pontuar frases
Interrogações me intrigam
Exclamações me divertem
Negações me entristecem
Pontos finais me envaidecem.

A folha está queimada pelos raios
O livro ainda está molhado pela água da chuva
A tinta da caneta desbotou palavras e criou ações
Misturou letras e feliz, ouvi canções.

Pego um espelho e reflito todos os raios
Quero senti-los
Mas não posso sobreviver a todos... Alguns são fortes demais.

Raios!  O que é que estou dizendo?

Igor Gonçalves

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Viver é muito mais do que encontrar conceitos, belas frases. E nesse pequeno discurso cheio de erros de concordância e rimas toscas, tento dizer que o essencial não é visível aos seus olhos