sábado, 26 de fevereiro de 2011

Um rascunho de desenho inacabado encima de uma folha borrada

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Tenho medo de algumas coisas e não sei responder qual foi a razão para adquiri-los. Tenho medo de cachorros, pois quando criança um bem grande me mordeu ferozmente na barriga e aí minha mente criou uma barreira que toda vez que eu visse um cão, eu lembrava do pânico causado pela mordida... Mas o que quero dizer não é sobre isso, pois hoje esse medo é basicamente nulo.
Coisas que eu não temia, hoje me fazem fugir. Outras coisas eram tão fáceis de entender, que hoje minha mente já não é mais como um papel que absorve toda a água e se funde formando uma ideia moldada para o entendimento.

Tudo começa a não ter significado algum. Desenhos rabiscados em minhas paredes começam a se tornar abstratos, e esses desenhos que eu chamo de sonhos vão ficando distantes a cada vez que eu imagino meus medos... E aí? Eu sento, paro e vejo que não é para ser assim. Nem se quebrar todas as partes de mim, entristeço e reajo diversas vezes ao dia. Sou um amontoado de pensamentos exclusivos que dissipam na janela e descem como um elevador para o lixo. Mudo de ideias, reciclo ideias... 


Sofro medos, sofro realidade. No entanto, o que me faz ter forças é imaginar que bem do outro lado da cidade a central de energia está realmente funcionando e com uma bela imagem ao meu pensar, posso muito bem como um carro desgovernado atropelar o que insiste em atrapalhar.

Hoje me encontro no estágio ou fase, número 1. No alto dos meus 18 anos enxergo-me como uma caricatura, do desenho que futuramente posso ser. Os rabiscos que citei anteriormente, vão lentamente tomando formas e as cores vão surgindo nos momentos de felicidade. Hoje meus desenhos encontram-se em branco e preto, isso não significa ser algo negativo e muito menos assustador.


 É apenas uma amostra de que estou começando a fazer meus primeiros rabiscos e ainda preciso de muitas ideias para terminar essa longa e inexata arte que a vida é.
Buscando perspectivas para elaborar um traçado fiel a realidade, vou estudando de perto sob as esquinas e desejos da poesia fraquejada pelos medos ocultos que minha mente produz. Não vou desistir, e vou continuar caminhando por essas ruas. As chuvas que me atingem ontem me traziam medos e eu buscava um lugar para me proteger... Mas a partir de hoje, vou me deixar ser atingido pelos raios.

Igor Gonçalves.

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Viver é muito mais do que encontrar conceitos, belas frases. E nesse pequeno discurso cheio de erros de concordância e rimas toscas, tento dizer que o essencial não é visível aos seus olhos