segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Dar-te-ei


-

Não te darei flores, não te darei, elas murcham, elas morrem.
Não te darei presentes, não te darei, pois envelhecem e se desbotam.
Não te darei bombons, não te darei, eles acabam, eles derretem.
Não te darei festas, não te darei, elas terminam, elas choram, elas se vão.
Dar-te-ei finalmente os beijos meus
Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus.
Esses embalam... esses secam... mas esses ficam.
Não te darei bichinhos, não te darei, pois eles querem, eles comem.
Não te darei papéis, não te darei, esses rasgam, esses borram.
Não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham.
Não te darei casacos, não te darei, nem essas coisas que te resguardam e que se vão.
Dar-te-ei a mim mesmo agora
E serei mais que alguém que vai correndo pro fim
Esse morre... envelhece... acaba e chora... ama e quer... desespera... esse vai... mas esse volta.

Marcelo Jeneci

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Viver é muito mais do que encontrar conceitos, belas frases. E nesse pequeno discurso cheio de erros de concordância e rimas toscas, tento dizer que o essencial não é visível aos seus olhos