terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Rei da Selva

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Não posso manter meus sentimentos disfarçados
Como se fossem uma camiseta de número errado
E na troca de areia de uma ampulheta
Troca-se o tempo que eu sempre quis que tivesse existido.

Que tempo é esse?
Onde confuso, danço uma valsa solitária.
Esperando um lugar que não é o que sonhei
A literatura de um romance que jamais escreverei.

Toda minha história
Detalhada em linhas inexatas
Vultos de um passado sempre presente
Presente de um futuro inexistente.

A minha solidão é permanente?
O amor está ao meu lado, não é o que quero.
Nunca mais o rosto dela eu pude ver
Na distância ela insiste em desaparecer.

Perdido na selva de enganos
Sangue negro derramado dos meus olhos
Chorando um amor abandonado em poucos anos
Quanta falta de amor, tolices fatais!

Como dormir e sonhar com o coração doendo?
Sinais me mostram que a distância é meu mundo
E que nada que eu fazer vai mudar
O Rei da selva precisa voltar.

Bilhetes deixados por guerreiros derrotados
Caídos ao chão de um céu de diamantes
Quebram toda minha vaidade com mil machados
Incentivando a insônia e medo de viver coisas nunca vividas antes.

O Rei da Selva está enjaulado
Precisa recuperar o ar que perdeu
O mundo engoliu sua fé
O gelo impediu que ficasse de pé...

Ele caiu.

Igor Gonçalves

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Viver é muito mais do que encontrar conceitos, belas frases. E nesse pequeno discurso cheio de erros de concordância e rimas toscas, tento dizer que o essencial não é visível aos seus olhos