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Minhas mãos estão frias
O motivo foi causado pelo que vejo no espelho
Parei o trânsito acenando contra os carros
O acidente foi grave, me selou os lábios.
Para nunca mais voltar
Sem saber o que dizer
Passo noites em claro sem entender
Porque os dias não são finais de entardecer.
Abro páginas de jornais
Palavras abertas fecham o que acendi
Fogueira de sinais
Que há muito tempo esqueci.
Eu tentei de vários jeitos proceder
Até outra pessoa tentei ser
Desliguei sentimentos para não me importar
E tudo que consegui foi afundar.
Nesse rio de iodo do qual não sei nadar
Afogo no meu próprio veneno
Que tomei pensando ser cura
Daquilo que jamais me faria pleno.
O que me faria completo seria não saber
O resultado do jogo que ninguém quis jogar
Volto correndo para dentro do espelho
E de lá faço minha sorte rodar.
Preso em desafios que não podem se fechar
Chaves velhas não vão abrir
A passagem que cavei foi profunda
E de lá não quero sair.
Nem por mal, nem por bem
Apenas por achar que nada me entretém
Não há nem o que discordar
Passos rápidos são fáceis de tropeçar.
E se um dia eu voltasse a viver
Da forma que alguém escolheu
Eu relutaria mil vezes para levantar
Pois no final apenas quem sofre sou eu.
Igor Gonçalves
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Viver é muito mais do que encontrar conceitos, belas frases. E nesse pequeno discurso cheio de erros de concordância e rimas toscas, tento dizer que o essencial não é visível aos seus olhos