sábado, 5 de junho de 2010

Loucuras e Variedades

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Estou numa rua pavimentada
As luzes são de variadas cores
As pessoas curtem uma leve caminhada
E atrás do muro
É possível ouvir os gritos de horrores.

Ônibus estão lotados
O cobrador canta a menininha ao lado
Diz a que horas podem se encontrar
Embora saiba que a menina irá recusar.

A senhora no banco traseiro ouve tudo
Presta atenção no assunto
Barbarizando e achando coisa de outro mundo.

Uma mulher está cansada
Seu filho mais novo está fazendo piadas
Ela não está apta a rir, finge uma risada
Porém o filho sabe que os problemas a consome
E apenas tenta-a convencer de que a vida é boa.

No lado de fora do ônibus
Há um sujeito fazendo graça
Ele espera conquistar o publico
E ganhar dinheiro na praça.

Alguém joga uma moeda na calçada
O sujeito pisca em forma de agradecimento
Continua pulando feito idiota
Achando que aquilo é forma de entretenimento.

Mais a frente há uma sorveteria
Onde não há sorvetes
Tem nome, mas é uma alfaiataria
Que em vez de colorir encontramos alfinetes.

Lá há um homem fazendo um pedido:
‘Quero me vestir feito ladrão’
Ele até poderia ser atendido
Se não fosse ele o patrão.

Alfaiataria fechada há séculos
O dono falava sozinho lá
É esquisito, até diferente
Mas é a idade avançada na sua mente.

Dizem que fantasmas perduram por lá
Se for verdade, alguém há de acreditar
Pois se alguém fala sozinho
É por que há de fato algo a se notar.


Aos fundos há um cachorro latindo
Seu dono brinca com uma criança
Que de tão alegre está sorrindo.

Passadas longas horas
À noite enfim chega
Criando enormes variedades
Para sair
Para dançar
Se prostituir
Ou até mesmo amar.

No barzinho da Augusta
Há uma mulher mostrando os seios
Um homem, já velho
Pega uma nota de 100
E mostra para ela.
O interesse é tão grande
Que para cortar caminho
Os dois saem pela janela.

Juntos passam a noite
Cometendo os pecados mais banais
Bebem a noite inteira
Chega de manhã,
E os dois de tão loucos não querem mais parar.

O velho dorme, a mulher acorda
Pega seu vestido amassado
Procura fogo para acender um cigarro
E mancando sai procurando a chave de seu carro.

Passa-se um tempo
O almoço está chegando
Alguém que está trabalhando
Vigia a rua rapidamente
Para ver se encontra algum transito
Mas a rua está tranqüila
E o alguém continua tricotando suavemente.

O guarda do prédio está entediado
Não agüenta mais ficar parado
A televisão passa um jogo antigo
Sobre um time que nem mais existe.
O guarda então abre uma garrafa
Bebe instantaneamente até não mais agüentar.

Uma menina entra no prédio
Dá risada do estado do guarda
Enquanto chega ao elevador
Lembra-se do quanto sua vida é um tédio.

Abrindo a porta de casa
Depara-se com sua mãe fazendo aulas de dança de salão
Impressionada ela fica
Pois nunca vira coisa tão ridícula até então.

Vai para o quarto e liga o radio
Sintoniza na melhor estação
A musica que toca é um folk antigo
Bob Dylan é a resposta correta meu amigo.

A casa ao lado está vazia
Porem há um livro em que conta
Diversas historias, diversas companhias...

Mas a moral de sua historia
É que loucura e variedades
Andam sempre juntas.

Igor Gonçalves

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Viver é muito mais do que encontrar conceitos, belas frases. E nesse pequeno discurso cheio de erros de concordância e rimas toscas, tento dizer que o essencial não é visível aos seus olhos