quarta-feira, 28 de abril de 2010

A menina e o soldado

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O amanhecer mais lindo ocorreu
Com a presença de um beijo apaixonado.
A menina morena enfim compreendeu
Que a felicidade havia começado.

Embora houvesse tamanha destruição
O pequeno pedaço de quarto era a perfeição.
Ela apenas sentia renascer
O amor que há tempos começara a florescer.

O tanque estava com cheiro de sangue,
Havia a foto de uma criança ao chão
A menina pegou a fotografia
E sonhou como seria ter uma família.

Uma lagrima caiu em seu rosto
A menina por toda sua vida queria seu soldado bem
E embora ele fosse um homem triste
Apenas desejava amar a menina também.

Era a oportunidade do soldado
Que se despedia de sua menina com abraço.
Chorava tanto, não queria contar.
Segredo só dele, a menina precisava se poupar.

Ela por sua vez, apenas queria entender
Que sensação era essa em seu coração
Um aperto desconfortável que não queria se perder
Formava-se sem a mínima razão.

A menina que fugiu de sua casa
Fora obrigada a voltar.
‘Guerra não é para meninas’
Volte para sua mãe que logo estarei lá.

Os dois continham segredos.
A menina queria fazer surpresa
E o soldado tinha medo.

Os dois enfim despediram-se
A farda estava surrada por causa dos combates
A menina fotografou com os olhos o soldado
Ele deu um sorriso e virou-se, escondendo as lagrimas que a muito havia guardado.

Os inimigos atacaram
O soldado com todas suas forças lutou
Sua arma carregada de flores
De sangue se sujou.
No momento do ataque
Ele rezava por sua morena
Ao mesmo tempo em que seu país levava um massacre
Os ferimentos queimavam-se na tarde serena.

Na história de um soldado
A menina acreditou
E com uma criança no braço
Uma lagrima sem querer escorregou.

A única lembrança era aquele pequeno menino
Que carregava em seus braços
A criança chorona e sem jeito
Fruto de um amor quase perfeito.

Porém, eram só saudades
Os militares foram a sua casa
E deixaram o fato que ocorreu
O soldado fora atacado e morreu.

Olhou-se o céu tão azul
E a menina então sentou
Nos seus olhos tão cansados
Ela enfim não agüentou.

A criança percebe o momento
E com a mão levantada
Tira a lagrima de seu rosto
E sorri na tarde de agosto...

A menina e o soldado
Eram tão apaixonados
O açúcar de seu amor lentamente derreteu
Embora ela soubesse, que o soldado para sempre seria seu.

Igor Gonçalves

3 comentários:

  1. lindo poema, bem escrito!!!
    parabens cara!telentoso demais vc!!!

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  2. Bom, não é o meu time de poema favorito, mas você escreve muito bem, parabéns.

    Entre no meu blog depois, abraço.

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  3. Ô Igor, parabéns pelas boniteza nas palavras.
    Carregado de interiores trágicos e tristes...

    Agora que se foi as flores [beijos] do amanhecer, elas se abrirão num outro lugar

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Viver é muito mais do que encontrar conceitos, belas frases. E nesse pequeno discurso cheio de erros de concordância e rimas toscas, tento dizer que o essencial não é visível aos seus olhos