quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O que convém é o desdém

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Tentei chorar e não consegui
Optei por me sufocar
E viver essa vida infeliz.

Quis ser um escritor
Tudo isso porque perdi um amor
A angústia me dominou
A cicatriz no meu peito ficou.

Aberto os pontos estão
Os médicos não sabem o que fazer
Como curar a desilusão
Sem deixar o coração parar de bater?

Golpeado pelo o que não existe
Acreditei e sofri
Depositei na conta da esperança altas doses de sentimento
E os juros foram muitos arrependimentos.

Sinto que estou no caminho errado
Prevejo que assim sou desajustado
Como um sino que parou de bater
Vivo o que não quero para assim sofrer.

Escolher sofrer é dolorido
Mas meus fracassos me indicaram esse caminho
Sangrando o peito ardido
Os ventos me empurram para o desalinho.

Os pés estão sem forças
Minhas mãos não sabem para onde indicar
A bússola sentimental parou de funcionar
E hoje eu não sei como lidar.

Lidar com o mundo é causa perdida
O advogado nem quis vir
Quem se deu bem foi a Bandida
Está solta, me olhando sem parar de rir.

Quem é ela?
A Tristeza.
A minha alteza do qual sou escravo
Do qual sou odiado
Do qual nunca fui amado.

Por fim o sangue é carmim
A dor não sai de mim
Não quero que ela se vá
Pois é a companhia que quis ficar...

Estou enlouquecendo desse jeito
As palavras de BASTA travam em meus dentes
Eu sei o mundo não é perfeito
E eu não sei falar a língua dos inteligentes.

Não sei fazer sinal
Não sei fazer mal
Eu me sinto mal
Mas, essa substância já se tornou natural.

Igor Gonçalves


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Viver é muito mais do que encontrar conceitos, belas frases. E nesse pequeno discurso cheio de erros de concordância e rimas toscas, tento dizer que o essencial não é visível aos seus olhos